terça-feira, 30 de abril de 2013

PAÍS TEM 3 MILHÕES FORA DA ESCOLA

Compartilho matéria publica no sítio do movimento "Todos Pela Educação", é uma leitura obrigatória para todos os docentos porque é fundamental conhecermos o cenário e o desafio para alcançarmos a meta (estabelecida pelo referido movimento) de termos 98% das crianças/ adolescentes entre 4 e 17 anos na escola.

Boa leitura!!!

 

Apenas sete Estados cumpriram as metas parciais de acesso entre 4 e 17 anos, do "Todos Pela Educação"

País tem mais de 3 milhões fora da escola
                                                                       João Bittar/MEC


Apesar dos grandes progressos nas últimas décadas – frutos, em grande parte, da quase universalização do Ensino Fundamental –, o Brasil ainda tem pouco mais de 3 milhões de crianças na faixa etária que vai dos 4 aos 17 anos fora da escola. O País conseguiu atingir a taxa de 92% da população dessa idade matriculada nas redes de ensino. A maioria dessas crianças tem entre 4 e 5 anos – cerca de 1 milhão – e entre 15 a 17 anos – aproximadamente 1,5 milhão.
Os dados foram obtidos com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2011, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e fazem parte do De Olho nas Metas 2012, o quinto relatório de monitoramento das 5 Metas do Todos Pela Educação (leia mais aqui). A Meta 1 busca que, até 2022, ano do bicentenário da Independência do Brasil, 98% das crianças e jovens de 4 a 17 anos estejam matriculados na escola.

O relatório mostra que o Brasil tem hoje 92% da sua população de 4 a 17 anos matriculada. No entanto, o número é insuficiente para atingir a meta parcial de 94,1% que o movimento estabeleceu. Apenas Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Paraíba, Piauí, Roraima e Sergipe cumpriram as metas parciais. Por outro lado, Rondônia foi a unidade da federação que ficou mais distante: atingiu 86,3% para uma meta parcial de 91,6%. Porém, deve ser destacado o avanço desse estado, uma vez que foi o que mais progrediu desde 2000, quando a taxa era de 73,9%.

Nenhuma região do País conseguiu tal feito. A taxa mais baixa é a da Norte, com 89,7% - a meta era de 92,7% para a região.

Idade

Aprovada em 2009, a Emenda Constitucional 59 prevê o atendimento de 100% da população de 4 a 17 anos nas redes públicas de ensino até 2016. Os dados do De Olho nas Metas 2012 mostram, porém, que essa realidade ainda não se concretizou. Segundo o relatório, uma em cada cinco crianças brasileiras entre 4 e 5 anos de idade não encontra vaga para cursar a Pré-Escola. Isso significa que precisam ser criadas 1.050.560 vagas para que toda a população dessa faixa etária seja atendida e, a lei, cumprida.

Ruben Klein, consultor da Fundação Cesgranrio e membro da Comissão Técnica do Todos Pela Educação, afirma que a perspectiva para a Educação Infantil é otimista. “Com a legislação obrigando a inclusão até 2016, o atendimento de 4 e 5 anos tem crescido. O investimento vem sendo feito e haverá um crescimento grande”, afirma.

Para o Ensino Médio, que compreende a população entre 15 e 17 anos, a situação é diferente e, para os especialistas, mais complicada. A taxa de atendimento nessa faixa é de 80,6%.

“O problema do Brasil hoje está justamente na saída da Educação Básica – e não na entrada, onde o acesso está sendo garantido. Ações feitas nos primeiros anos do Ensino Fundamental, juntamente à inclusão do Ensino Médio no Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) e no Bolsa Família podem, a longo prazo, melhorar esse cenário”, afirma Klein. “No entanto, é preciso resolver o problema da falta de motivação – e, consequentemente, de baixa aprendizagem – no segundo ciclo do Fundamental. Os jovens saem com um preparo ruim para o Médio e muitos acabam nem entrando na etapa seguinte.”

Plano Nacional de Educação

A meta 1 do Plano Nacional de Educação (PNE), que atualmente tramita no Senado Federal, estipula a universalização do atendimento escolar a crianças de 4 e 5 anos até 2016 e 50% do atendimento das crianças de 0 a 3 anos até o fim do período de vigência do PNE. Já a meta 2 visa a universalização do Ensino Fundamental de 9 anos entre crianças e adolescentes de 6 a 14 anos e a conclusão da etapa na idade adequada para, no mínimo, 95% deles. Por fim, a meta 3 do plano foca na universalização do atendimento dos jovens de 15 a 17 anos até 2016 e também o aumento para 85%, até o fim da vigência do plano, da taxa líquida de matrícula do Ensino Médio.

Perfil

Em agosto do ano passado, um estudo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) em parceria com a Campanha Nacional pelo Direito à Educação traçou os perfis das crianças e jovens que não estudam no País (leia mais aqui). Pessoas com deficiência, baixa renda, indígenas, repetentes, moradores na zona rural e envolvidos com trabalho infantil são os mais propensos a abandonar os estudos. A pesquisa destaca a urgência da criação de políticas públicas intersetoriais que contemplem iniciativas de saúde e de assistência social, além da própria área de Educação. A articulação entre os entes federados, promovendo o regime de colaboração, também é outra necessidade indicada pelo documento.

Outras metas

O relatório também entrega dados sobre as Metas 2 e 5 do Todos Pela Educação. A Meta 2 é toda criança plenamente alfabetizada até os 8 anos. Os dados disponíveis para o acompanhamento dessa meta estão na Avaliação Brasileira do Final do Ciclo de Alfabetização, (Prova ABC). As informações que estão no relatório referem-se à edição de 2011 da avaliação e já foram divulgadas. Os resultados ficaram abaixo da meta de 2010 do movimento, que estabelecia 80% das crianças plenamente alfabetizadas até os 8 anos: 56,1% dos estudantes aprenderam o que era esperado em leitura, e 42,8% em matemática (leia mais aqui).
Os dados sobre a mais recente edição da Prova ABC, aplicada no fim do ano passado para 54 mil alunos do 2º e 3º anos do Ensino Fundamental serão divulgados ainda no primeiro semestre de 2013.
Quanto à meta 5, que trata do investimento em Educação ampliado e bem gerido, não houve atualização em relação ao último relatório do movimento, uma vez que o investimento na Educação Básica pública em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) não foi divulgado até o fechamento da edição. O último dado, de 4,3%, é referente a 2010. Para 2011, o MEC divulgou apenas o percentual do PIB que foi investido em todos os níveis de ensino, incluindo o Superior: 5,3%. Apesar do crescimento gradual que o Brasil vem apresentando, o investimento do País em Educação Básica não supera os 5% da meta para 2010, estabelecida pelo Todos Pela Educação.
Cabe ressaltar que o Brasil não aparece em boa posição entre os países que fazem parte da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Segundo o relatório Education at Glance 2012, o País está na antepenúltima colocação entre 35 países no ranking de investimento anual por estudante do Ensino Fundamental ao Ensino Superior.


Para baixar o relatório completo, clique aqui.

Para baixar a Meta 3 por município, para o 5º e 9º anos, clique aqui.

Fonte:  
http://www.todospelaeducacao.org.br/comunicacao-e-midia/noticias/26123/pais-tem-mais-de-3-milhoes-fora-da-escola/

sábado, 13 de abril de 2013

EDITAIS DE FORMAÇÃO E CONCURSOS!










FORMAÇÃO

Mestrado:

 Filosofia - http://www.cepuerj.uerj.br/desc_curso.aspx?curso=185
 De 08/09/2014 a 10/10/2014

 Educação - http://www.cepuerj.uerj.br/desc_curso.aspx?curso=154
 De 01/10/2014 a 31/10/2014

 Educação - http://www.educacao.unirio.br/
 01/ 10/ 2014  a 10/ 10/ 2014

 Educação - http://www.educacao.ufrj.br/informes.php?info=agenda&id=017
 De 10/ 09/ 2014 a 06/ 10/ 2014

 Geografia - http://www.cepuerj.uerj.br/desc_curso.aspx?curso=192
 De 15/09/2014 a 16/10/2014

 História - http://www.cepuerj.uerj.br/desc_curso.aspx?curso=370
 De 01/10/2014 a 31/10/2014


 História Social -http://www.cepuerj.uerj.br/app_upload/Edital%202015%20Mestrado%20História%20Social.pdf
 De 01/ 12/ 2014 a 26/ 01/ 2015


Doutorado:

 Filosofia - http://www.cepuerj.uerj.br/desc_curso.aspx?curso=176
 De 18/09/2014 a 20/10/2014

 Educação - http://www.educacao.ufrj.br/informes.php?info=agenda&id=017
 De 10/ 09/ 2014 a 06/ 10/ 2014

 Ciências Políticas - http://www.cepuerj.uerj.br/desc_curso.aspx?curso=360
 De 22/09/2014 a 14/11/2014

 Sociologia - http://www.cepuerj.uerj.br/desc_curso.aspx?curso=361
 De 22/09/2014 a 14/11/2014

 Geografia - http://www.cepuerj.uerj.br/desc_curso.aspx?curso=372
 De 15/09/2014 a 16/10/2014

 História - http://www.cepuerj.uerj.br/desc_curso.aspx?curso=371
 De 01 a 31/10/2014

CONCURSOS

Em atualização ...

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Professores gastam um terço do horário em atividades não acadêmicas

RIO - Fazer a chamada, apagar o quadro, distribuir deveres de casa ou arrumar a sala estão entre práticas que fazem os professores no Brasil perder tempo precioso de atividades pedagógicas. Para investigar minuto a minuto o que acontece durante as aulas, a Secretaria estadual de Educação, em parceria com o Banco Mundial, lançou mão de uma pesquisa inédita para saber como os professores administram o período ao lado dos alunos. Os números levantados em 60 escolas da rede fluminense demonstram que o aproveitamento para ensino efetivo está bem abaixo do ideal, não ultrapassando 64%. Segundo estudo do Banco Mundial, essa média está longe da dos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em que 85% do tempo é utilizado somente para atividades de aprendizagem.
O cotidiano escolar foi observado, em novembro de 2012, em duas regionais: São Gonçalo e Região Serrana. A primeira ficou em segundo lugar no Índice da Educação Básica do Rio de Janeiro (Iderj) de 2011. Já os colégios de São Gonçalo tiveram pior desempenho, ficando em oitavo lugar no Iderj. Em termos práticos, se for considerado o período de hora-aula de 50 minutos, as escolas pesquisadas gastam quase 20 minutos com tarefas burocráticas ou tentando disciplinar a turma. Em relação ao tempo dedicado a atividades acadêmicas, o Brasil está à frente de México, Peru, República Dominicana e Jamaicana e no mesmo nível de Honduras. Mas o país fica atrás da Colômbia e muito distante do patamar considerado ideal.
Em 2010, a prefeitura realizou um levantamento semelhante, também em parceria com o Banco Mundial, e que mostrou diferenças mais significativas. Nas escolas do município com melhor resultado no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), 70% do tempo é utilizado com atividades de aprendizagem, enquanto nos colégios que obtiveram pior desempenho só 54% da aula são dedicados ao ensino.
Coordenado por Barbara Bruns, economista principal do Banco Mundial para Educação na América Latina, o trabalho usou o chamado "método Stallings" para observação de sala de aula. Daniela Ribeiro, assessora de planejamento da Secretaria estadual de Educação, explica que 23 coordenadores pedagógicos passaram por um treinamento de 40 horas. Antes de entrar em sala, cada pesquisador recebeu uma ficha e, em dez observações de 15 segundos (espaçadas por 50 minutos), quantificou o tempo que o professor usou em atividades acadêmicas, de administração da sala ou fora dela.
— Também são levados em consideração os materiais empregados e se a turma inteira está envolvida. Percebeu-se, por exemplo, que as escolas serranas tem um emprego maior de materiais de tecnologia de informação do que as de São Gonçalo, cujos professores usam mais o quadro negro. Talvez isso seja um indício que mostre que o uso da tecnologia pode servir para melhorar tanto o ensino quanto o desempenho do aluno. Políticas públicas de educação podem ser modificadas a partir dos resultados levantados por essa pesquisa — afirma Daniela.
lei prevê carga mínima de 800 horas por ano
Uma das classes observadas pelos pesquisadores da Secretaria estadual de Educação foi o 1º ano do ensino médio do Ciep Palhaço Carequinha, em São Gonçalo. Professora de Língua Portuguesa e Literatura da turma, Raquel Danielli Mota reconhece que administrar os 50 minutos de aula está longe de ser uma tarefa fácil:
— A questão é maior do que parece. Para começar as atividades pedagógicas, o professor perde, em média, 25 minutos esperando a turma entrar na sala. Não temos pessoal de apoio suficiente, como inspetores, para controlar os estudantes. E temos que ensinar, além da matéria, a maneira de se comportarem. Os alunos da rede pública entendem a escola como uma área de lazer. É uma questão social e não pedagógica. Trabalhamos em áreas carentes e fazemos o que podemos com o que temos — diz Raquel.
O subsecretário estadual de Gestão de Ensino, Antonio Neto, explica que, a partir dos dados, a estratégia é otimizar o tempo em sala de aula:
— A gestão do ensino passa pela racionalização. Essa pesquisa levantou perfis. Estamos na fase de avaliação do diagnóstico. Depois do cruzamento dos resultados, vamos traçar metas.
Para Priscila Cruz, diretora-executiva do Movimento Todos pela Educação, a curta carga horária nas escolas públicas e particulares é uma questão-chave a enfrentar no país. A lei determina um mínimo de 800 horas, a serem distribuídas em 200 dias, o que resulta em, pelo menos, quatro horas diárias de trabalho escolar:
— Nos países no topo do Programa de Avaliação Internacional de Estudantes (Pisa), programa internacional mais abrangente de mensuração da qualidade educacional, os estudantes ficam muito mais tempo na escola. No Brasil, o ideal seria um turno de, no mínimo, sete horas.
Mas, mesmo sem mudanças à vista na carga horária dos estudantes brasileiros, Priscila acredita que os professores têm condições de administrar melhor o tempo que têm hoje:
— O professor tem, sim, que apagar quadro e fazer chamada. Não adianta querer racionalizar 100%. Mas, no Brasil, existe uma certa flexibilização tanto por parte de professores quantos dos estudantes. Toda escola precisa ter normas e rotinas para funcionar. Então, não dá para o professor liberar a turma antes da hora ou aceitar o retorno demorado do recreio. Os alunos também devem fazer a sua parte. É possível chegar aos 85% relacionados às boas práticas de ensino.
No Brasil, o projeto financiado pelo Banco Mundial acontece desde 2009. Já foram avaliadas 600 escolas de Minas Gerais; 300 de Pernambuco; e 100 do município do Rio.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/educacao/professores-gastam-um-terco-do-horario-em-atividades-nao-academicas-8054701#ixzz2Q4WH6CWn
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